segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Dos pólos invertidos

Se me fazem um dia de sol pensando em me deixar feliz - enganam-se profundamente - sou dos pólos invertidos.
Odeio dias de sol.
Dias de sol são calorosos, mas não são sublimes - a pessoinha certa irá entender, porém procuro atingir a todos agora(sabendo ser um impossível feito) - eles enfrentam esquentam meu calor, eles não secam minha poças, minhas fossas, vivendo tudo num bando feridas abertas.
Odeio dias de sol.
Dias de sol me possessam, me deixam desanimado, me enfatigam profundamente.Começo a desconfiar que nasci fora do alcance de Rá ou Tupã - se bem que pretensiosamente as cheias do Nilo foram importante para um povo, ficarei com Rá - então Rá me dispensou e fiquei aconchegado ao lado da chuva.
Odeio dias de sol, odeio céu azul, adoro verde - aliás uma das coisas que me mantiveram numa cidade durante quase 18 anos foi o verde, porque os dias de sol me deixavam péssimo.
Dias de chuva tem céu nublado, e não azulado, tem cabelo molhado, e não esturricado, tem pessoa certa, no momento certo, tem desejo e realização sublime acontecendo, tem gente certa, dando palpite certo, com uma mão entrelaçada na outra com o caminho sempre incerto. Aonde a gente for, para qualquer lugar chegar com dia de chuva acontecendo nada há por faltar.
Adoro dia de chuva.
Queria praia vazia, só tendo-lhe como companhia.
Por que vazia? - porque é dia de chuva e a pessoa certa como companhia - porque sou dos pólos invertidos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário